terça-feira, 5 de agosto de 2008

Matéria publicada na revista Season nº5


Deleite de sensações

Quando pensamos em moda pensamos em sonhos, fantasias. Este universo lúdico, que é proporcionado pelo vestuário, ultrapassa seus limites e estende-se a tudo que com ele se relaciona: os desfiles espetacularizados, o glamour dos lançamentos e, claro, as maravilhosas lojas. As lojas de luxo atualmente são um caso à parte. Construídas com a intenção de deixar o cliente imerso em seu mundo, elas são sinestésicas: cores, formas e cheiros se completam numa inebriante mistura.Foi-se o tempo em que só a vitrine era planejada para a exposição. Hoje, algumas das grandes lojas nem possuem este espaço. Toda a sua arquitetura é extremamente diferenciada e a parte interna, um universo particular de descobertas capaz de surpreender até os mais viajados. O consumidor é convidado a entrar num mundo mágico, desde a fachada até a disposição dos produtos, tudo cuidadosamente pensado.

Simplesmente fantásticas
Recentemente a celebrada editora de moda Susy Menkes, do jornal International Herald Tribune, fez uma série de vídeos, que foram disponibilizados na rede, apresentando algumas lojas adjetivadas por ela como "as mais excitantes do momento". Dentre elas, a Fendi Store, repleta de texturas em seu interior e a Just Cavalli, que possui um andar inteiro totalmente privado para que as clientes experimentem seus sensuais vestidos. Na Givenchy, o moderno e o tradicional encontram a combinação ideal um ao lado do outro e na Yves Saint Laurent são as cores fortes e a iluminação peculiar que, perfeitamente colocadas, fazem da loja um espetáculo. Estas, são localizadas em Paris, mas ao redor de todo o mundo pessoas assistem ao surgimento destes redutos do luxo. Países como China, Japão e Dubai são exemplo do fenômeno. A Prada de Tóquio mais se assemelha a uma obra de arte. Chamada de "Epicentre Store", foi concebida pelos arquitetos suíços responsáveis pela adaptação da Tate Modern de Londres, Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Um edifício realmente inovador, que possui painéis de vidro em sua fachada formando um verdadeiro rendilhado.

Nova concepção
Toda esta elaboração na construção das lojas não é aleatória, é o que podemos chamar de Flagship ou Concept Store. Aqui, o espaço é destinado a reforçar a imagem da marca. Seu espírito e valor. A loja conceito mais famosa é a Colette, em Paris, que sequer tem mercadoria fixa!Vende produtos diversos e já virou ponto turístico na cidade luz. Lojas como estas não se limitam aos produtos de moda. Na torre Armani de Tóquio, por exemplo, há uma boate, um café, um restaurante e um spa. Assim como a Louis Vuitton, da avenida Champs Elysées, um enorme prédio no qual há exposições de arte, restaurante e até livraria.O estilista brasileiro Carlos Miele também possui sua flagship. Uma em Nova Iorque e outra em Paris. Ambas, uma parceria de sucesso com o arquiteto egípcio Hani Rashid, rendendo inclusive, à de NY, o prêmio de loja do ano, em 2003.
Mais novidades?
E como o mundo da moda é praticamente sinônimo de novidades mais uma onda tem tomado conta da comunidade fashion: as lojas itinerantes. Fenômeno super atual e ganhando cada vez mais adeptos, as lojas são sucesso e alvoroço por onde passam. Instaladas sem aviso em lugares descolados, elas atraem públicos diversos, ávidos por adquirir seus produtos. Dois fatores contribuem para sucesso certeiro: a surpresa e a rapidez, quanto menos tempo ficam em determinado ponto, mais velozes sua vendas. Desde a sua chegada ao lugar escolhido, que pode ser comparada a um happening, até a sua saída, tudo é uma grande jogada de marketing, cercada por intensa badalação.Mais um ponto para o grande teatro dos artifícios que se constitui o mundo da moda.

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